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Universidade Federal de Goiás
Emília CEI

Afinal, o que é empreender?

Em 31/10/18 10:42. Atualizada em 12/12/18 15:51.

Segundo Emília Rosângela, gerente do Centro de Empreendedorismo e Inovação da UFG, empreender é muito mais do que criar um negócio com fins lucrativos

Emília Rosângela Pires da Silva Franco*

Ao realizarmos um levantamento com “empreender” em um site de busca, teremos aproximadamente 7.480.000 respostas sobre o seu significado, e na grande maioria, o termo estará vinculado ao conceito de criar um novo negócio. Se prosseguirmos a busca, e colocarmos o termo “empreendedores de sucesso”, aparecerá dezenas de nomes de grandes empresários. Mas, afinal, o empreendedor é, necessariamente, quem cria um negócio com fins lucrativos?

Quando investigamos empiricamente o verdadeiro significado da palavra “empreender”, notamos que o termo não se aplica apenas a criar um negócio, por mais que essa seja  uma consequência comum a esse tipo de atitude. Se o indivíduo é parte atuante no negócio e trabalha constantemente para encontrar recursos e transformar projetos em realidade, também pode ser considerado um empreendedor, sem necessariamente estar à frente de uma empresa.

Empreender é ter motivação para criar e implementar algo, que de alguma forma vai beneficiar um segmento ou a sociedade como um todo. Podemos citar como exemplo a médica Zilda Arns, que batalhou para erradicar a desnutrição e desidratação de crianças carentes, uma empreendedora que fez a diferença para a sociedade, atuando no empreendedorismo social.  

Algumas pessoas acreditam que o indivíduo já nasce com aptidão para empreender. É como se fosse um predestinado. Mas, contrariando esse pensamento, iniciativas desenvolvidas pelo Centro de Empreendedorismo e Incubação da UFG (CEI) demonstram que competências empreendedoras podem ser desenvolvidas.

O CEI tem como foco principal a formação para o empreendedorismo na comunidade universitária e na comunidade de forma geral. Busca, com suas atividades, a formação de atitudes empreendedoras no indivíduo, tanto para criar um negócio quanto para promover ações empreendedoras em outros espaços e situações, seja como dono do próprio negócio, seja como colaborador de uma empresa, seja como funcionário no setor público, seja como empreendedor social.

Para alcançar esse objetivo, o CEI desenvolve diversas ações. Entre elas, duas se destacam e vão ao encontro dos conceitos de formação empreendedora. A primeira ação é a Olimpíada de Empreendedorismo Universitário (OEU), uma competição realizada entre equipes de alunos de graduação e pós-graduação, organizada em duas categorias: social e negócios. Por meio dessa iniciativa, o CEI colabora com a disseminação da cultura empreendedora na comunidade acadêmica e com formação empreendedora nas diferentes áreas do conhecimento. A OEU mobiliza estudantes para a criação de negócios e ações que possam amenizar problemas sociais. A segunda ação é o Programa UFG Empreende, um curso de 32 horas que visa subsidiar o indivíduo para o desenvolvimento de atitudes empreendedoras, para o amadurecimento de um conceito de negócio ou criação de soluções na temática de empreendedorismo social.

Em 2018, a 5ª edição da OEU selecionou propostas que tiveram em seu escopo atividades que traziam soluções para problemas de cunho social e ideias com conceito de negócio totalmente inovadoras para determinado setor. Como exemplos, citamos os projetos que foram premiados nos primeiros lugares das duas categorias. A Categoria Social premiou os projetos: Reaproali, projeto de reeducação alimentar e melhoria na estocagem de alimentos em abrigo de idosos (1º lugar); Sustentar,  coleta sustentável de óleo de cozinha para produção de sabão (2º lugar); 3D’ucação, projeto de tecnologia voltado para educação (3º lugar). A Categoria Negócios premiou os projetos: LAB, cateter veterinário para utilização em diversos procedimentos, com menos dor e mais eficiência (1º lugar); Data Grinder, projeto para potencializar a utilização de dados públicos de governos para pesquisadores, empreendedores, desenvolvedores de sistemas e cidadãos em geral (2º lugar); Siamesas, confecção de roupa íntima para travestis e transgêneros (3º lugar).

Esses exemplos demonstram que empreender vai muito além de criar um negócio com fins lucrativos. Se pensarmos no mercado extremamente competitivo, vai sobreviver quem tiver um perfil diferente e apresentar atitudes empreendedoras. Esse modo de pensar e agir poderá ser estimulado, por meio de ações de formação para o empreendedorismo, pois o empreendedor é um ser inquieto, que identifica uma ideia que pode mudar o mercado, e impactar diretamente na vida das pessoas.

* Gerente do Centro de Empreendedorismo e Inovação da UFG

Fonte: Secom/UFG

Categorias: Artigo