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Universidade Federal de Goiás
Plástico

Plástico é considerada uma das alterações mais impactantes do planeta

Em 21/09/20 09:47. Atualizada em 24/09/20 11:19.

Estudos recentes mostram que sal de cozinha pode estar contaminado com plásticos

Mariana Machado

O professor do Instituto de Patologia e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP/UFG), Thiago Rocha, realizou nesta sexta-feira (18/09), um seminário com o tema: “Ecotoxicidade de microplásticos nos organismos aquáticos.” O ministrante convidado foi Miguel Oliveira, mestre em Toxicologia e doutor em Biologia pela Universidade de Aveiro, em Portugal.

Palestra IPTSP

Thiago Rocha é coordenador do Laboratório de Biotecnologia Ambiental e Ecotoxicologia (LaBAE) da UFG

Miguel Oliveira destacou sobre as vantagens e também sobre os perigos do uso de materiais plásticos. Segundo o palestrante, uma das características que colaboram para o aumento do uso do material é o fato de ser barato, simples e prático. Em contrapartida, o mau uso pode gerar impactos ambientais e econômicos. “Algumas das consequências se devem a uma manipulação ou má utilização e a falta de cuidados com os produtos gerados após a sua utilização“, elencou.

De acordo com o pesquisador, as primeiras consequências podem ser identificadas com os casos de animais aquáticos que se asfixiam com plásticos, podendo causar lesões e até mesmo a morte. “Esses animais se alimentam dos plásticos e depois tem a falsa sensação de estarem cheios”, reiterou.

Miguel Oliveira enfatizou que o plástico é um material resistente e duradouro, além disso, ele não desaparece e o fato de não ser visualizado a olho nu, não significa que o material não esteja presente na superfície. “Ele não some, se torna mais quebradiço e as partículas mais pequenas se tornam disponíveis para o maior número de organismos, além de possibilitar a interação com outros contaminantes”, afirmou.

História

Em apresentação, Miguel Oliveira ressaltou que a produção em massa do material plástico iniciou ainda na década de 1950. Os primeiros registros de aparecimento de partículas no ambiente, no mar e as suas potenciais consequências surgiram em 1962.

No entanto, o pesquisador ainda afirma que foi somente na década de 2000 e 2010 que começaram a aparecer as primeiras publicações acerca do tema. “A presença dos plásticos é considerada uma das alterações mais impactantes que foram feitas no planeta nos últimos anos”, ponderou.

Além dos impactos ambientais, Miguel Oliveira elencou que a problemática afeta também a economia. “Muitos países incluindo Portugal vivem do turismo, uma praia que tenha uma grande quantidade de plásticos não é convidativa. E animais que são capturados nessa zona e vão para consumo humano podem ter preços condicionados e o valor do produto pode cair drasticamente”, pontuou.

Vale ressaltar que a produção de material plástico tende a aumentar anualmente. De acordo com o palestrante, devido à pandemia, com o aumento do uso de máscaras e luvas látex somado ao descarte incorreto dos materiais, a situação tende a se agravar.

Promover a educação as pessoas, envolver jovens e a sociedade em geral sobre o conhecimento científico, ser um consumidor consciente e reutilizar materiais são fatores os quais Miguel Oliveira acredita colaborarem para a tentativa de diminuição do problema.

Fonte: Secom-UFG

Categorias: Ciências Naturais