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Universidade Federal de Goiás
Lançamento de livro Meninas e Engenheiras

Livro lançado pela UFG discute igualdade de gênero nas Engenharias

Em 25/03/21 09:59. Atualizada em 25/03/21 09:59.

A obra, organizada pela Escola de Engenharia Civil e Ambiental da UFG, é resultado de projeto aprovado por CNPq e Ministério da Ciência e Tecnologia

Ana Paula Vieira

Foto: Reprodução/Youtube UFG Oficial

Lançamento de livro Meninas e Engenheiras

“Conversas entre Meninas e Engenheiras - Semeando oportunidades para igualdade de gênero na ciência” é o título de livro lançado pela UFG em evento remoto nessa terça-feira (23/3). A obra, organizada pela Escola de Engenharia Civil e Ambiental (EECA/UFG) é resultado de projeto aprovado em chamada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI).

A diretora da EECA/UFG, Karla Hora, mediou o evento e explicou que o projeto foi executado entre janeiro de 2019 e maio de 2020, promovendo diferentes ações como palestras, feiras, oficinas de robótica, visitas técnicas e formação de docentes.As ações foram realizadas em três escolas públicas - Escola Municipal Maria da Terra, Colégio Estadual Vilmar Gonçalves da Silva e Colégio da Polícia Militar de Goiás (Jardim Guanabara). Participaram da iniciativa mais de 40 pessoas, entre engenheiras civil, ambiental, eletricista, de computação, mecânica e de transportes. O projeto contou com 17 estudantes bolsistas, entre professores da educação básica, meninas do ensino fundamental e estudantes de graduação.

A vice-reitora da UFG, Sandramara Matias, ressaltou a importância do livro ao mostrar às meninas as possibilidades que elas têm de acesso a uma universidade pública e às engenharias. “Quero ressaltar a importância do papel que as mulheres ocupam na sociedade e do papel que elas podem ocupar em qualquer espaço que desejarem, porque elas têm competência. O que nós defendemos é respeito a todas as mulheres, suas escolhas e suas trajetórias. Nós precisamos cada vez mais construir ambientes que respeitem as mulheres e lutem contra a discriminação e violência de gênero”, analisou a vice-reitora.

Para o reitor Edward Madureira, “A única forma de mudar o país é trabalhando com a juventude, e quanto mais cedo melhor”. Segundo ele, a chave para mudar o Brasil passa pela divulgação e popularização da ciência, que são proporcionadas por ações como o livro lançado. “Quero parabenizar pela segunda edição do livro. Mostrando que mesmo em jornadas duplas, triplas, elas fizeram toda a diferença. Felizmente a gente avança nessa questão de um caminho para uma igualdade de gênero, para diminuir tudo isso, para enfrentar a violência doméstica. Caminhamos certamente para um mundo melhor e esse mundo melhor é onde homens e mulheres tenham oportunidades iguais”.

Parcerias
O projeto recebeu o apoio de diversas instituições. O presidente do Núcleo Centro-Oeste da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, André Brasil, reafirmou o seu compromisso em provocar a inclusão dos homens nessa discussão e incentivá-los a uma mudança de atitude. “A participação masculina no discurso de igualdade e principalmente na postura de igualdade deve ser difundida em empresas e na academia. É fundamental que projetos como esse sejam efetivados para que possamos atingir uma engenharia realmente igualitária”.

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás, Lamartine Moreira, defendeu a importância da discussão em prol da igualdade de gênero. Segundo ele, o Crea-Go foi o primeiro Crea do País a se tornar signatário do programa ONU Mulher. “Fica minha palavra de total apoio a esse movimento”.

O presidente de Furnas, Pedro Brito, afirmou que a empresa é signatária do Pacto Global da ONU e que o Conselho de Administração tem 50% de participação de mulheres. Desde 2007, Furnas tem o selo pró-equidade de gênero e raça da Secretaria de Políticas para as Mulheres. “Acredito muito nesse ecossistema de diversidade. Na diversidade que a gente tem um pensamento mais crítico, consegue desenvolver a criatividade, a inovação. A força das empresas e a presença delas nessa agenda é essencial. A gente acredita muito nisso, essa agenda é a nossa agenda”, pontuou Brito.

Além dos parceiros, uma das estudantes bolsistas do projeto também participou do evento. Emanuelle Ramalho disse que sua participação foi “uma experiência única”. “Poder conviver semanalmente com meninas engenheiras foi uma oportunidade grande de poder ver o contato com meu sonho. Acredito muito que precisamos ter referências que nos motivem a crescer. Essa oportunidade me fez vivenciar na prática a ciência”, afirmou a estudante.

Mulheres nas Engenharias
O lançamento do livro também contou com a participação da diretora de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Adriana Maria Tonini. De acordo com Adriana, no Brasil, 62% dos concluintes nas universidades são mulheres, mas apenas 14% estão na área de STEM (sigla em inglês para Science, Technology, Engineering e Mathematics - Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). “Isso em formação. No mercado de trabalho esse número diminui bastante. É uma área sim, que temos que ter um olhar, trabalhar, inserir, formar e motivar”, analisou a diretora.

Adriana informou ainda que a proporção de mulheres que publicam artigos cresceu 11% no Brasil nos últimos anos, mas nas publicações de áreas específicas como matemática e computação, mais de 75% dos autores são homens. Ela falou sobre os motivos dessas diferenças: “Temos obstáculos que devem ser vencidos. Um contexto social segregador, múltiplas violências (assédio, discriminação), subrepresentação de mulheres em posições de decisão, poucas políticas públicas para incentivar as políticas de gênero e pouca divulgação da história de pesquisadoras”.

A diretora do CNPq expôs algumas ações realizadas pelo órgão na promoção da igualdade de gênero, como chamadas específicas para a temática, editais, prêmios e divulgação da trajetória de pesquisadoras. Ela também destacou ações como possibilidade de prorrogação de bolsas em caso de parto e adoção e a inclusão da licença maternidade na plataforma Lattes.

Livro
A engenheira civil e servidora de Furnas Marta Luz apresentou o livro em nome das organizadoras. Ela explica que a 2ª edição revisada e ampliada trouxe a adequação visual da personagem Maira, jovem que busca entender o campo das Engenharias, as relações de gênero e as possibilidades de inserção nessa área.

A obra mostra a trajetória de Maira e também traz jogos e exemplos de engenheiras pioneiras que são exemplo e inspiração.

Clique aqui para baixar.

 

Fonte: Reitoria Digital

Categorias: Arte e Cultura EMC lançamento de livro