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Universidade Federal de Goiás
negros

Cor da pele ainda influencia posição social do brasileiro

Em 29/11/22 14:29. Atualizada em 01/12/22 13:00.

Segundo o Analisa, a UFG reflete a sociedade com maioria dos estudantes negros e que recebem até 1,5 salários mínimos per capita

Janyelle da Mata

Durante o novembro negro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou o estudo: “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”. A pesquisa relaciona a cor ou raça com representatividade em cargos de gerência, taxas de homicídio, comparecimento ao Enem, salário e moradia. Dentro da Universidade Federal de Goiás (UFG), os dados se confirmam com o Analisa UFG, que mede a presença de alunos de determinada cor ou raça, sexo, forma de ingresso e renda. Hoje, a instituição tem quase 21 mil estudantes, com 47% negros (preto ou pardo) e 60% que recebem até 1,5 salários mínimos per capita.    

novembro negro

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais.

 

A renda per capita média dos estudantes da UFG são 1,29 salários mínimos. As três unidades da instituição com maior per capita média, tem a maioria dos estudantes brancos, com quase 48%. São elas a Faculdade de Direito, de Informação e Comunicação e de Medicina. Antes da adesão ao SiSU em 2014, os índices eram piores, relembra o pró-reitor de graduação (Prograd), Israel Elias Trindade. “A universidade era concebida como um espaço elitista, que há vinte anos atrás a UFG era um sonho distante para o clã desfavorecido da sociedade, ou pagava-se cursinhos altamente caros ou ficava-se refém a cursos menos concorridos”, afirma Israel. 

O IBGE aponta que a pandemia da covid-19 interferiu no acesso à educação do brasileiro, mais expressivamente em jovens pretos e pardos. A pró-reitora de Assuntos Estudantis (Prae), Maísa Miralva da Silva, acredita que a pandemia da covid-19 tenha piorado o cenário financeiro dos alunos da Universidade, causando uma evasão desse público do ensino superior. “Com a pandemia, chegamos a 85% de estudantes de baixa renda na UFG, o dado tem flutuado bastante, porque esses estudantes têm saído do sistema nacional de educação”, afirma. 


novembro negro

Painel de Assistência Estudantil do Analisa UFG

A secretária de inclusão Luciana de Oliveira Dias explica que os dados apresentados pelo IBGE são herança da era colonial do Brasil. Ela aponta a falta de amparo as pessoas pretas após a abolição da escravidão como responsável pela realidade da sociedade brasileira hoje. “O que precisa ser feito é uma agência do Estado com responsabilização, promoção e efetivação de políticas públicas, de ações afirmativas e de cotas para reverter o quadro de discriminação que é histórica”, pontua. 

A secretária de inclusão afirma que o reflexo da sociedade brasileira na universidade desmistifica o conto de que a educação superior é para a elite. “É muito importante visualizar e informar esses dados e mostrar para a sociedade que nós vivenciamos um cenário de inclusão”, afirma. Porém ainda é necessário muito avanço e maior estruturação na lei de cotas para que eventos como o de anulação da cota racial no concurso público para professor da Faculdade de Informação e Comunicação não sejam recorrentes. “O edital é absolutamente legítimo e a UFG tem, de forma corajosa, se posicionado em defesa dos das cotas raciais em processo seletivo para professores da universidade”, pontua Luciana. 

A Universidade Federal de Goiás tem se esforçado para diversificar o perfil de suas faculdades. Em 2008 instituiu o UFGInclui, que gera uma vaga extra em cursos onde houver demanda indígena e quilombola. Em 2014 aderiu ao SiSu como forma de ingresso e para garantir a permanência oferece bolsas de assistência estudantil (limitadas no momento em decorrência dos cortes orçamentários), oferece três refeições diárias com preço acessível com o Restaurante Universitário (RU). Oferece moradia estudantil para discentes com baixa renda familiar. Para garantir que o estudante consiga acompanhar o conteúdo das aulas, a universidade oferece bibliotecas com bibliografias atualizadas e ambiente estruturado para estudo. 

 

Para ler o estudo do IBGE na íntegra clique aqui.

Para saber mais sobre o UFGInclui acesse o link: https://prograd.ufg.br/p/7194-ufginclui 






Fonte: Secom UFG

Categorias: destaque SIN Humanidades