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Universidade Federal de Goiás
Detecção Vitamina D

Pesquisa desenvolve método acessível para detectar vitamina D no organismo

Em 03/01/23 09:52. Atualizada em 03/01/23 09:58.

Dispositivo ainda não foi concluído, mas resultados são promissores e miram o mercado consumidor

Yanca Cristina

Existe uma diversidade de métodos para detectar e quantificar os níveis de nutrientes fundamentais para o corpo humano, inclusive em relação à vitamina D. No entanto, o acesso a eles é limitado. Pensando nisso, Kamylla de Paula Venancio, mestre em Química Analítica pela Universidade Federal de Goiás (UFG), desenvolveu uma forma de detecção mais barata em relação aos meios convencionais e mais acessível à população. 

Detecção Vitamina D

A metodologia aplicada, desenvolvida sob orientação da professora Lívia Flório Sgobbi, diz respeito a fabricação de um dispositivo eletroquímico e descartável, elaborado com tinta condutora de carbono e folha PET. Segundo a pesquisadora, o processo de fabricação é bem simples, com base na técnica de silk-screen, a mesma usada para estampar roupas. A tinta condutora é aplicada em um substrato através de uma tela, que contém o molde dos eletrodos. Em sequência, a tinta passa por entre as malhas da tela, sendo, por fim, impressa na folha PET. 

“Após a impressão, é realizada a cura da tinta em temperatura ambiente, logo, o eletrodo está pronto para uso. Em alguns casos é necessário o tratamento prévio da superfície deste eletrodo antes de uma análise”, destacou Kamylla. O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Espectroanalítica, Eletroanalítica e Sensores (LEES), localizado nas dependências do Instituto de Química (IQ/UFG). 

Durante a pesquisa, foram avaliados parâmetros relacionados à fabricação dos eletrodos, eletrólito para a detecção da vitamina e variáveis referentes à técnica voltamétrica de análise. Em virtude disso, tornou-se viável a detecção das duas formas de vitamina D: Ergocalciferol (D2) e Colecalciferol (D3). Portanto, o dispositivo enfrentou uma série de otimizações, para que fosse garantido o seu melhor funcionamento e a compreensão de suas condições de uso, metodologias e técnicas utilizadas para as detecções. 

A maior vantagem identificada corresponde ao baixo custo relativo, quando comparado aos outros métodos mais utilizados para a quantificação da vitamina D, como os ensaios quimioluminescentes, os quais produzem uma “luz” em resposta às reações químicas que ocorrem. Outra vantagem do método está no seu tamanho. Por ser pequeno, a tecnologia point-of-care possibilita que o dispositivo seja usado em qualquer lugar devido a sua portabilidade.

Entretanto, alguns parâmetros ainda precisam ser otimizados para haver maior reprodutibilidade nas medidas eletroquímicas. Para isso, uma das soluções idealizadas é a automatização da produção dos eletrodos e da avaliação de outras condições experimentais, como tratamento da superfície utilizando meio alcalino. Ainda assim, o estudo é promissor e um método alternativo altamente viável.

Para Kamylla, o que mais chamou a sua atenção durante a realização da pesquisa foi a diversidade de aplicações que os dispositivos eletroquímicos podem ter. “É uma técnica que quando bem aplicada, consegue atuar de maneira rápida e eficaz, tendo um forte potencial para uso em diversas áreas do cotidiano e também em análises de modo geral”, explicou.

O estudo de detecção eletroquímica de vitamina D em eletrodos impressos é inédito. Conforme a autora, o baixo índice de trabalhos acadêmicos na área está diretamente ligado à escassez de recursos e em alguns casos, à sua ausência, contribuindo para a evasão de pesquisadores. “São muitos estudos importantes e com grande impacto científico e social sendo deixados de lado pela falta de investimentos necessários na pesquisa”, afirmou.

Vitamina D no corpo humano

A vitamina D é essencial para o organismo humano e mantê-la na quantidade adequada fornece diversos benefícios. Ela atua no sistema nervoso e colabora diretamente na regulação do cálcio, interferindo no funcionamento de vários órgãos, como rins, coração, ossos. Desse modo, a sua desregulação pode ocasionar o agravamento de doenças ou promovê-las, e ter controle sobre a quantidade encontrada no corpo é extremamente importante para garantir que isso não ocorra.

A maior parte da vitamina D presente no organismo é obtida a partir da exposição aos raios solares, logo, o mais comum é que se tenha deficiência desta vitamina. “Seus baixos níveis podem contribuir para o surgimento ou agravamento de uma série de doenças, como, por exemplo, artrite reumatoide, doenças autoimunes e até mesmo doenças cardíacas”, afirmou a pesquisadora.

Fonte: Secom UFG

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