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Universidade Federal de Goiás

Musicoterapia ajuda a controlar o estresse entre graduandos

Em 03/06/13 17:00. Atualizada em 24/11/14 14:13.

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Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás 
ANO VII – Nº 58 – MAIO – 2013

Musicoterapia ajuda a controlar o estresse entre graduandos

Artigo publicado por Graziela Panacioni relata experiência positiva de ações musicoterápicas para o controle do estresse entre universitários

Texto: Ana Flávia Marinho

Motivada por experiências pessoais e preocupada em não vê-las se repetir em outras pessoas, a mestranda da pós-graduação em Música, da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG, Graziela Panacioni, realizou uma pesquisa em que buscava encontrar formas de combater o estresse identificado nos estudantes de graduação da UFG. Os estudos foram produzidos por meio de sessões de Musicoterapia. Foram realizados dez encontros semanais com a participação de sete estudantes da graduação e dois da pós-graduação. O trabalho foi realizado sob a orientação da professora Claudia Regina de Oliveira Zanini, na linha de pesquisa Música, Educação e Saúde, do mestrado em Música da UFG.

Os resultados da pesquisa foram divulgados no artigo “Musicoterapia na promoção da saúde: contribuindo para o controle do estresse acadêmico”, publicado na Revista OPUS, da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música, em junho de 2012.

Graziela Panacioni explica que cada sessão tinha a duração de 60 a 90 minutos. “Por meio das experiências musicais de audição, improvisação, re-criação e composição musicais, os participantes vivenciaram meios de enfrentamento às principais situações geradoras do estresse acadêmico”, ressalta a mestranda. Essas experiências, somadas a um levantamento prévio sobre as principais queixas do grupo, nortearam a pesquisa. 
Graziela Panacioni destacou que os principais pontos de reclamação dos estudantes de graduação estão ligados à dificuldade de aprendizagem, dificuldade de memorização, problemas familiares, ansiedade  (por causa das avaliações), dificuldade de falar em público, insatisfação com o curso, dificuldade nos relacionamentos interpessoais (namoro e amizades), autocobrança, falta de tempo. A pesquisadora afirma que essas queixas correspondem a aspectos que têm sido frequentemente relatados em outros estudos, como aspectos geradores de estresse em estudantes.

Som e ritmo - “Para a realização do trabalho, foi considerado também o histórico sonoro-musical de cada participante, utilizando-se como recursos  a voz e instrumentos musicais de percussão, tais como:  pandeiro, ganzá, atabaque, metalofone, bongô, chocalho”, acrescentou a pesquisadora.
De acordo com o estudo, no processo de enfrentamento ao estresse há duas ações possíveis: focar no problema e focar na emoção. As estratégias que focam o problema buscam modificar a relação da pessoa com o meio externo, dando ênfase nas causas do estresse. Já as estratégias de enfrentamento focam na resposta emocional de quem se estressa, visando adequar à reação emocional. Graziela Panacioni explica que “quando o fator que leva ao estresse mostra-se como passível de mudança ou superação, geralmente o foco no problema é mais utilizado. Entretanto, quando a situação já foi avaliada e, mesmo assim, são consideradas poucas possibilidades de mudança, há maior probabilidade de focar-se na emoção”.

Resultados - De acordo com a autora, durante as sessões os temas tratados se relacionavam à ansiedade, sonorização de fatores estressores e não estressores, autoconhecimento, fortalecimento da autoestima através do reconhecimento das qualidades: eu comigo, eu com o outro e eu e o tempo.
O que chamou a atenção na pesquisa foi o fato de que o nível de estresse entre mulheres se mostrou maior que entre homens. Graziela conta que algumas pesquisas apontam que a possível causa desse maior estresse feminino se dá pela sobrecarga  de tarefas e pela tripla jornada de trabalho, que levam as mulheres a se esforçar mais para cumprir  as suas funções regulares de esposa, mãe e profissional. “Em relação ao fato de, além dessas atividades, ainda cursar uma pós-graduação,  pode-se ressaltar um panorama que se configura como uma  quarta jornada, já que além de manter os referidos papéis,  existe o investimento profissional com o treinamento, que possui  suas exigências específicas”, comenta Graziela Panacioni.
Os resultados demonstram que as sessões de Musicoterapia se mostraram positivas, já que ao final do processo houve uma tendência à diminuição de todos os sintomas de estresse apresentados pelos participantes. “Durante o processo musicoterapêutico, os participantes desenvolveram o autoconhecimento e o enfrentamento do estresse de forma gradativa. Graziela ressalta que “houve ampliação da auto expressão e maior liberdade para os participantes verbalizarem suas dificuldades pessoais e angústias relacionadas à vida acadêmica”. Assim, foi possível concluir que a Musicoterapia se mostra como aliada no combate ao estresse entre os acadêmicos, refletindo em qualidade de vida e promoção da saúde.

Categorias: musicoterapia pesquisa estresse

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