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Universidade Federal de Goiás

Hospital e Maternidade Dona Íris amplia campo prático para alunos da área de saúde

Em 08/09/14 14:34. Atualizada em 24/11/14 14:14.

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Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás 
ANO VII – Nº 67 – Setembro – 2014

Hospital e Maternidade Dona Íris amplia campo prático para alunos da área de saúde

Estudantes de graduação, pós-graduação e residentes vivenciam a rotina de atendimento de um hospital e são incentivados a desenvolver pesquisas

Texto: Serena Veloso | Foto: Carlos Siqueira

O estudante Jyun Hishino cursa o sexto ano do curso de Medicina da UFG. Para alunos como ele, que estão prestes a ingressar na carreira profissional, a prática é essencial para o desenvolvimento das habilidades e competências aprendidas ao longo dos anos na academia. Foi no Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI) que o estudante teve a oportunidade de atuar dentro de um hospital frente a frente com os mais diferentes casos de pacientes na área de Ginecologia e Obstetrícia. Essa possibilidade foi alcançada em virtude do convênio firmado em 2012 entre UFG, Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) e Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (FUNDAHC) para a gestão compartilhada do HMDI.

O objetivo do convênio é promover uma gestão diferenciada, a partir do modelo tripartite. Segundo a enfermeira da maternidade, Maria Auxiliadora Gomes de Mello Brito, diferentemente dos contratos estabelecidos com as Organizações Sociais (OS), esse tipo de gestão prioriza a construção coletiva das políticas internas, por meio de um plano de trabalho, além das ações de intervenção do hospital.

O modelo de gestão foi inspirado no do Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Belo Horizonte/MG, onde foi firmado um convênio entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a prefeitura da cidade. Já o modelo assistencial de atendimento foi orientado pelo trabalho do Hospital Sofia Feldman, também da capital mineira, referência nacional na assistência ao parto humanizado.

No caso goiano, cada uma das partes tem responsabilidades definidas no convênio. A Secretaria de Saúde é encarregada de fazer o repasse de recursos financeiros que são geridos pela FUNDAHC. Tal verba é destinada à contratação de pessoal, à compra de insumos, equipamentos e medicamentos, ao pagamento de serviços contratados e a outras despesas para manutenção da maternidade, estimadas em um plano anual de trabalho.

“A Secretaria determina a política de atendimento. Também estabelecemos as metas de atendimento e há uma negociação periódica com a SMS para ver se essas metas estão dentro do esperado”, explicou o diretor-executivo da FUNDAHC, José Antônio de Morais. Segundo ele, a previsão de gastos até maio de 2015 é de cerca de R$ 56 milhões.

Por sua vez, a UFG é responsável pelas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Sob orientação de professores e profissionais, alunos da área de saúde da universidade podem vivenciar a rotina médica no atendimento ambulatorial, de urgência e emergência.

 

estudantes da área de saúde

Sob a orientação do professor Waldemar Naves (à direita), estudantes da área de saúde assistem a aulas teóricas, podendo colocar o conhecimento em prática com atividades na maternidade

 

Novo campo para pesquisa e prática

Todo mês, a maternidade recebe cerca de 60 estagiários dos cursos de Medicina, Enfermagem, Biomedicina, Nutrição e Farmácia, além de estudantes dos cursos de residência em UTI Neonatal e em Ginecologia e Obstetrícia, que realizam atividades no Centro de Estudos, Ensino e Pesquisa do HMDI. De acordo com Maria Auxiliadora Gomes, estudantes de outros cursos relacionados à área de saúde também podem solicitar a realização de estágio na maternidade, que recebe exclusivamente estudantes da UFG, como foi estabelecido no convênio de gestão.

Esse número deve ser ampliado com a criação de duas novas residências: uma em Mastologia e a outra Multiprofissional. Também está em planejamento, junto à Faculdade de Enfermagem (FEN), a criação do curso de especialização de Enfermagem em Obstetrícia.

O Centro de Estudos, Ensino e Pesquisa é subordinado à Diretoria Acadêmica do hospital, dirigida pelo professor da Faculdade de Medicina (FM), Waldemar Naves do Amaral. A unidade é responsável por coordenar as atividades acadêmicas e científicas, oferecendo aos alunos o acompanhamento de professores e profissionais.

Para Waldemar Naves, “o Centro de Estudos traz aquilo que é sonho de todo indivíduo que trabalha com saúde, que é realizar o atendimento à população, sem deixar de fazer ciência”.

Segundo o professor, alunos de pós-graduação já têm desenvolvido pesquisas nas áreas de Odontologia e Neonatologia, além de monografias da graduação. Para regulamentar as pesquisas do hospital, está em fase de criação o Comitê de Ética em Pesquisa.

 

Em dois anos de gestão compartilhada, a unidade de saúde realizou cinco mil partos, mais de 63 mil atendimentos ambulatoriais e cerca de oito mil internações

 

Assistência ao parto humanizado

Referência na assistência ao parto humanizado e na atenção humanizada em Ginecologia, Obstetrícia e Neonatologia, a maternidade teve a experiência dos trabalhos desenvolvidos por médicos da área relatada no livro Assistência ao parto humanizado. A publicação foi lançada ano passado pelo professor Waldemar Naves, junto ao também professor da FM e diretor-geral da maternidade, Maurício Guilherme de Campos Viggiano, e ao diretor da Maternidade Nascer Cidadão, Sebastião Fernandes Moreira.

“A humanização é a alma dessa maternidade. O livro norteia esse caminhar da parte técnica e da humanização do atendimento de saúde”, relatou Waldemar Naves. O livro ganhará uma segunda edição, com o título Assistência ao parto humanizado e neonatal, e aprofundará nos diversos campos de atendimento da maternidade.

 

Humanização no atendimento às gestantes

Todas as instalações, equipe profissional e práticas médicas do Hospital e Maternidade Dona Íris, levam em consideração as decisões da mãe e a fisiologia do processo do parto, evidenciando e valorizando a humanização do parto, com foco na redução da mortalidade materna e infantil. As principais ações promovidas são:

- Orientação das doulas, pessoas que dão suporte físico e emocional à gestante antes, durante e após o parto;

- Incentivo ao parto normal;

- Estimulação de exercícios e massagens para alongar o períneo (músculo que contribui para a passagem do bebê durante o parto) e aliviar as dores da paciente;

- Realização do parto na água;

- Evitar o uso do fórceps, instrumento para retirada do bebê no parto normal;

- Somente em casos com extrema necessidade, realização da episiotomia (corte do períneo para a passagem do bebê);

- Utilização do colírio de nitrato de prata nos olhos do bebê apenas nos partos vaginais, como prevenção à oftalmia gonocócica;

- Sala de parto com redução de barulho e da quantidade de luz do ambiente;

- Corte do cordão umbilical apenas após parar de pulsar;

- Não realização da manobra de kristeller, técnica que pressiona a parte superior da barriga da mulher para forçar a saída do bebê;

- Incentivo ao aleitamento materno na sala de parto;

- Incentivo ao contato pele a pele da mãe com o bebê nos primeiros momentos de vida e banho apenas após seis horas depois do nascimento;

- Estímulo à presença do acompanhante, escolhido pela própria parturiente, durante todo o procedimento do parto, ação garantida pela Lei 11.108, de 2005.

Categorias: parto humanizado convênio FUNDAHC Estágio

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