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Universidade Federal de Goiás

Acessibilidade ao nosso alcance

Em 26/02/15 15:37. Atualizada em 03/03/15 11:35.

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Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás 
ANO XI – Nº 70 – Março– 2015

Acessibilidade ao nosso alcance

As demandas das pessoas com deficiência constituem tema importante no meio acadêmico. O desafio de promover acessibilidade requer o envolvimento de toda a comunidade.

Texto: Silvânia Lima | Foto: ¹Carlos Siqueira, ²Júlia Mariano, ³Sinace e Laís Brito

 

Reitor Orlando Amaral reafirmou o compromisso institucional com as pessoas com deficiência durante o I Seminário de Acessibilidade da UFG

 

Reitor Orlando Amaral reafirmou o compromisso institucional com as pessoas com deficiência durante o I Seminário de Acessibilidade da UFG

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/Censo 2010), o Brasil tem 45,6 milhões de pessoas – cerca de 24% da população – com algum tipo de deficiência, sendo mais frequente a deficiência visual, que ocorre em 35 milhões de pessoas. Para além da questão humanitária, o dado evidencia a necessidade de ações voltadas a esse segmento, a fim de melhor aproveitar seu potencial e promover cidadania.

A solução para questões de acessibilidade passa pelas universidades, onde o assunto é vasto. Primeiramente, essas instituições se preocupam com a própria gestão da acessibilidade, por meio da promoção de ações de inclusão e permanência do deficiente. Do ponto de vista acadêmico, é de se esperar também que nelas sejam fomentadas o debate e a pesquisa a respeito das questões pertinentes à qualidade de vida dessa parcela da população.

Há alguns anos o tema Acessibilidade está presente no cotidiano da Universidade Federal de Goiás (UFG). Com o aumento de pessoas com necessidades especiais – atualmente 220, entre servidores docentes e técnico-administrativos e estudantes –, a instituição se mobiliza, promovendo o desenvolvimento de tecnologias e buscando avançar em sua Política de Acessibilidade.

Nesse sentido, algumas ações importantes já estão sendo efetivadas. Desde 2009, diversas obras e reformas para tornar acessíveis os espaços físicos da universidade vêm sendo realizadas de acordo com a disponibilidade de recursos. A universidade tem o Programa de Acessibilidade Arquitetônica, Curricular, Comunicacional, Informacional e Atitudinal, que garante ampla presença do tema na instituição. Depois da criação dos Núcleos de Acessibilidade (NA), de Tecnologia Assistiva (NTA) e da realização do I Seminário sobre Acessibilidade, estão sendo implantados o Laboratório de Acessibilidade Informacional (LAI), na Biblioteca Central, e o Sistema Integrado de Núcleos de Acessibilidade (Sinace).

 

Roda de conversa

A Roda de Conversa é um espaço criado pelo Núcleo de Acessibilidade da Regional Goiânia para pessoas da comunidade universitária com deficiência, no intuito de mantê-las participantes e informadas sobre as ações de seu interesse na UFG

 

Um processo em construção

“Queremos ser referência nas discussões e práticas de acessibilidade, inclusive com ações institucionais e curriculares”, disse o reitor da UFG, Orlando Afonso Valle do Amaral, ao afirmar que a universidade avançou nos últimos anos, mas ainda há muito para crescer nesse aspecto.

A realidade das pessoas com deficiência na universidade evidencia as dificuldades para obter uma formação superior. O estudante de Ciências da Computação, Eduardo Cardoso Lourenzo, portador de baixa visão, tem dificuldades com a leitura de conteúdos extensos e exposições no quadro-giz. “Tive ajuda do Núcleo de Acessibilidade com um notebook, o que ampliou as minhas possibilidades de estudo”. Eduardo Cardoso ressalta a importância da adaptação, da atenção e da comunicação eficiente, nem sempre a contento por parte de servidores técnicos e docentes. O estudante já tentou ingressar no mercado de trabalho sem sucesso: “A visão dos empresários é de que pessoas com deficiência têm baixo rendimento, o que me leva a pensar em uma formação de mais alto nível”.

 

Espaço físico

As ações de acessibilidade relacionadas aos espaços físicos talvez sejam as mais visíveis. Obras e adequações vêm sendo efetuadas em todas as Regionais da UFG, de acordo com a disponibilidade de recursos. Desde 2006, já foram gastos em torno de R$ 5,8 milhões, tornando as instalações da UFG mais acessíveis a partir da construção de 57 elevadores, 1.169 salas de aula, 505 banheiros, 121 rampas e 4.282 metros lineares de piso tátil.

 

Preconceito e competência

Limitação em alguma área não significa falta de outras habilidades, que ao serem exercidas por uma pessoa com deficiência também não significa superdotação. A maior das barreiras no campo da acessibilidade ainda é o preconceito. Falta informação, conhecimento sobre como tratar a pessoa com deficiência e até solidariedade. Mas, a inserção cada vez maior dessas pessoas, que se desdobram nas instituições de ensino e no mercado de trabalho, tem revelado um público dedicado e competente. Ampliar espaços de discussão e de interação contribui para o combate ao preconceito.

 

Bolsa de pós-graduação e Sicad

Entre as últimas novidades do meio acadêmico, está a oferta de bolsas de mestrado para indígenas, quilombolas e pessoas com deficiências. No primeiro edital do Programa Afirmativo Institucional de Bolsas de Pós-Graduação (set/2014), duas pessoas foram contempladas com bolsas de R$ 1.500,00. A discussão sobre cotas na pós-graduação para pretos, pardos e indígenas está na pauta dos conselhos superiores (Cepec e Consuni) para 2015. Outra novidade é a pontuação junto ao Sistema de Atividades Docentes (Sicad) para orientadores de estudantes com deficiência, transtornos globais e altas habilidades/superdotação em projetos de ensino. Mais informações podem ser encontradas na Resolução do Conselho Universitário (Consuni Nº.33/2014).

 

Ciência a serviço da inclusão

Produtos como cadeira de roda computadorizada, sensores cerebrais e sensores de músculo podem ser criados nas universidades, fruto de tecnologia local para as necessidades do público presente. O desenvolvimento de projetos que promovam melhor condição de vida às pessoas com deficiência, inclusive o acesso às novas mídias digitais, é o principal objetivo da chamada tecnologia assistiva. A UFG está inserida no grupo pioneiro dos Núcleos de Tecnologia Assistiva (NTA) contemplado com edital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI/2014), e possui R$ 300 mil para estruturação do seu NTA. “A tecnologia tem auxiliado para que a dependência das pessoas com deficiência seja amenizada ou eliminada. Há um universo para ser construído, e a universidade é um local privilegiado para que faça surgir uma nova consciência, novos produtos e nova uma postura quanto a isso”, disse o coordenador do NTA/UFG, Cleomar Rocha, da Faculdade de Artes Visuais (FAV).

Com foco nas mídias interativas, Cleomar Rocha explica que o trabalho do NTA é voltado às demandas internas de usabilidade e acessibilidade dos sistemas computacionais, para deficientes físicos e visuais. Profissionais de Design, Ciência da Computação, Engenharia e Educação integram a equipe, aberta a pesquisadores de outras áreas.

 

impressora Braile leitora de áudio books Acessibilidade na Biblioteca Central

 

Biblioteca acessível: Pessoas com deficiência contam com o auxílio de equipamentos como impressora Braile, scanner digitalizador, leitor em áudio de textos impressos e leitora de áudio books, na Biblioteca Central, onde uma equipe se empenha na implantação do Laboratório de Acessibilidade Informacional

 

Núcleos integrados por sistema

Uma estrutura administrativa que cuide da organização de ações institucionais, a fim de garantir a inclusão e a permanência de pessoas com necessidades especiais à vida acadêmica, eliminando barreiras atitudinais, pedagógicas, arquitetônicas e de comunicação. Esse é objetivo dos Núcleos de Acessibilidade (NA) da UFG, criados em cada Regional, que implementam trabalho estruturado e sistematizado frente às necessidades das pessoas tanto com deficiência física, visual, auditiva ou intelectual quanto com altas habilidades/superdotação.

O diretor do NA, Régis Henrique dos Reis Silva, cita que isso envolve o combate ao preconceito, a garantia do direito de ir e vir e a disponibilidade de meios para o sucesso acadêmico. Os desafios postos para a instituição passam pela integração das unidades, órgãos e setores da universidade em torno do tema acessibilidade; pela garantia do acesso físico em todas as Regionais; pela acessibilidade na web e pelo atendimento de demandas específicas.

O NA articula a consolidação dos núcleos de acessibilidade das Regionais da UFG e do Sistema dos Núcleos de Acessibilidade (Sinace) – aprovado recentemente pelo Conselho Universitário (Resolução - 43/2014) – que irá integrá-los. O regimento do Sinace reafirma sua função como órgão central articulador da política de acessibilidade no âmbito das atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão na UFG.

Em fevereiro, o professor Régis Henrique dos Reis Silva passou a coordenação do Sinace a Vanessa Helena Santana Dalla Déa.

 

Professores Serigne Ababacar, Wanderlei Balbino da Costa, Vanessa Santana e Cleomar Rocha, respectivamente coordenadores dos Núcleos de Acessibilidade das Regionais Catalão, Jataí e Goiânia e do Núcleo de Tecnologia Assistiva da UFG.

Professores Serigne Ababacar, Wanderlei Balbino da Costa, Vanessa Santana e Cleomar Rocha, respectivamente coordenadores dos Núcleos de Acessibilidade das Regionais Catalão, Jataí e Goiânia e do Núcleo de Tecnologia Assistiva da UFG.

Sinace Divulgação

 

Fonte: Ascom UFG

Categorias: Acessibilidade Sinace inclusão