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Universidade Federal de Goiás

Uma vida dedicada à arte dos quadrinhos

Em 13/04/15 11:25. Atualizada em 25/01/17 10:19.

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Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás 
ANO IX – Nº 71 – Abril – 2015

Uma vida dedicada à arte dos quadrinhos

O artista e professor Edgar Franco, da Faculdade de Artes Visuais, tem atraído alunos de todo o país interessados em estudar as histórias em quadrinhos como forma de arte

Texto: Angélica Queiroz | Foto: Carlos Siqueira

 

Apaixonado por quadrinhos, professor defende valor artístico dessa forma de expressão

Apaixonado por quadrinhos, professor defende valor artístico dessa forma de expressão

 

Ainda criança, o professor da Faculdade de Artes Visuais (FAV), Edgar Franco, tornou-se um apaixonado por quadrinhos e foi com os gibis que seu pai comprava para ele na única banca de Ituiutaba, cidade mineira onde nasceu, que ele aprendeu a ler. A paixão só cresceu e, ainda na adolescência, ele se tornou também criador de quadrinhos, publicados em fanzines (do inglês fanatic magazines, são publicações feitas por e para as pessoas que gostam de um determinado tema em comum) de todo o país.


Hoje, Edgar Franco é professor do Programa de Pós-graduação em Arte e Cultura Visual da FAV, onde coordena o grupo de pesquisa Cria_Ciber, e já publicou dezenas de artigos e livros dedicados às suas pesquisas sobre histórias em quadrinhos, processos criativos e universos ficcionais transmídia. O professor é o responsável por colocar a UFG como referência nacional no estudo dos quadrinhos como arte, recebendo alunos de mestrado e doutorado de todo o país interessados em se aprofundar na temática. “Antes era difícil imaginarmos um programa de pós-graduação em artes que envolvesse pesquisas sobre quadrinhos, como fazemos hoje aqui na UFG”, comemora.


Uma das grandes lutas do pesquisador é para acabar com o preconceito de que quadrinhos são coisa de criança. O foco de seu trabalho e do de seus orientandos são os quadrinhos autorais, que exploram a linguagem das HQs como uma forma de expressão artística, diferente dos comerciais, que têm como intenção atender demandas do mercado de entretenimento. “Eu defendo os quadrinhos como uma genuína e poderosa forma narrativa de expressão artística”, explica Edgar Franco.

 

HQtrônica inclui sons e trechos animados 

HQtrônica inclui sons e trechos animados


HQtrônicas e HQforismos


Desde 1996, Edgar Franco desenvolve uma pesquisa pioneira no mundo sobre os quadrinhos na internet, que resultou no lançamento do livro HQtrônicas: do suporte papel à rede Internet, com duas edições publicadas. O livro tornou-se referência nacional e já foi citado em mais de cem pesquisas em todo o país, entre artigos científicos, trabalhos de conclusão de curso, mestrado e doutorado.


O termo HQtrônicas, que já está sendo considerado em livros didáticos, foi criado pelo professor para nomear os quadrinhos que incluem novos elementos, como sons e trechos animados. Outro termo novo, que também já começou a ser utilizado por artistas e outros pesquisadores, é o neologismo HQforismo, criado em parceria com a professora Danielle Barros (Fiocruz/ RJ) e usado para denominar uma nova forma narrativa que une elementos dos quadrinhos às sentenças aforísticas.

 

Capa do quadrinhos BioCyberDrama Saga, com roteiro de Edgar Franco e arte de Mozart Couto, publicado pela Editora UFG em 2013 
Trabalho foi o único representante goiano no “Oscar dos quadrinhos”

 

HQmix

O álbum em quadrinhos BioCyberDrama Saga, com roteiro de Edgar Franco e arte de Mozart Couto, publicado pela Editora UFG em 2013, foi o único representante goiano indicado ao Troféu HQmix 2014, considerado “o Oscar dos quadrinhos brasileiros”. Além do reconhecimento dado pela indicação, Edgar Franco considera uma grande conquista ter conseguido que a Editora UFG publicasse esse trabalho dentro da coleção Artexpressão, dedicada exclusivamente a livros de arte. Segundo ele, até aquele momento, nenhuma editora de universidade federal tinha publicado uma história em quadrinhos nesses moldes.


A história de BioCyberDrama Saga se passa na Aurora Pós-humana, universo ficcional transmídia criado por Edgar Franco, que inclui cerca de cem personagens e discute as interações do ser humano com as novas tecnologias e as possibilidades futuras da biotecnologia, robótica e nanotecnologia. O álbum traz ainda, 50 páginas de introdução, discorrendo sobre os 13 anos de pesquisa que resultaram na criação da obra.

 

Performances levam o universo dos quadrinhos ao palco

Performances levam o universo dos quadrinhos ao palco

 

Posthuman Tantra

Edgar Franco é ainda o mentor de um projeto musical performático onde leva os quadrinhos e seu universo ficcional para o palco: a banda Posthuman Tantra, com CDs lançados na Suíça, França e Japão e com fãs em vários países do mundo. As apresentações ao vivo contam com a participação dos integrantes de seu grupo de pesquisa, envolvendo inclusive orientandos de mestrado e doutorado, que criam figurino, vídeos e efeitos computacionais utilizados para transformar Edgar Franco, no palco, em personagens dos quadrinhos de sua Aurora Pós-humana.

As músicas em inglês e português, que muitas vezes lembram a trilha sonora de filmes de horror, são produzidas com a ajuda de sintetizadores e falam desse admirável mundo novo baseado na fusão entre DNA e silício, com novas criaturas que mixam humano, animal, vegetal e máquinas. A banda já esteve em quatro regiões do Brasil e costuma se apresentar em eventos acadêmicos, assim como em festivais de música alternativa, como o “Goiânia Noise”.

 

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