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Universidade Federal de Goiás

Bactérias são usadas para tratar rejeitos industriais

Em 23/11/15 09:04. Atualizada em 25/11/15 08:38.

 

 

Bactérias são usadas para tratar rejeitos industriais

Pesquisas da UFG buscam soluções para a remoção de gorduras e micropoluentes de efluentes líquidos industriais

Texto: Italo Wolff | Infografia: Reuben Lago

 

Para que uma indústria mantenha sua licença ambiental é necessário que, entre outras exigências, tenha seus despejos líquidos descartados em conformidade com as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Entretanto, o tratamento pode ser oneroso, especialmente se considerarmos que, de acordo com a última pesquisa do IBGE, em Goiás apenas 69 dos 246 municípios possuem redes de esgoto. Portanto, reduzir os custos do tratamento dos efluentes industriais é uma contribuição importante para a manutenção da qualidade dos corpos hídricos.

 

Estudo da UFG coordenado pela professora Tatianne Ferreira de Oliveira, do Departamento de Engenharia de Alimentos da Escola de Agronomia, busca métodos alternativos de baixo custo para o tratamento de efluentes da indústria. A pesquisa consiste em isolar bactérias lipolíticas, ou seja, capazes de decompor gordura quimicamente e desenvolver um extrato enzimático que pode ser aplicado aos rejeitos industriais. O extrato produzido por essas bactérias apresenta baixo custo de produção e pode ser uma solução para o tratamento de efluentes.

 

A gordura existe em grande quantidade nos rejeitos da indústria alimentícia e é um problema grave quando presente nos corpos de água em níveis acima dos autorizados pelo Conama (50 miligramas de óleos vegetais ou gorduras animais por litro de água). Quantidades maiores podem entupir vias hídricas e obstruir o oxigênio de bactérias aeróbias que degradam detritos. Atualmente, para barrar a passagem da gordura para as fases posteriores do tratamento dos efluentes líquidos, são utilizadas caixas retentoras de gordura.

 

Na pesquisa, bactérias lipolíticas são encontradas na própria matéria que fica retida nessas caixas de gordura, isoladas e cultivadas em laboratório. Por se utilizar óleo vegetal comum para o cultivo dessas bactérias, o custo é relativamente baixo, mesmo para escalas industriais. O extrato enzimático produzido pode ser usado juntamente com a caixa retentora de gordura, aumentando sua eficiência. Segundo Tatianne Ferreira de Oliveira, o método – capaz de decompor gorduras, óleos e graxas – é útil na etapa de pré-tratamento, antes dos efluentes seguirem para as lagoas de estabilização, onde a maior parte dos poluentes é removida.

 

Micropoluentes

Outra pesquisa desenvolvida pela professora Tatianne Ferreira de Oliveira diz respeito à degradação de micropoluentes em rejeitos aquosos por meio de tecnologias avançadas. Micropoluentes são substâncias presentes em pequenas quantidades, mas que são altamente tóxicos e cancerígenos; podem ser produzidos pela indústria farmacêutica, química, entre outras. Atualmente, não há resoluções ou legislação específica para o tratamento desses compostos.

 

De acordo com o professor da Escola de Engenharia Civil e Ambiental, Eraldo Henriques de Carvalho, os micropoluentes não são atualmente tratados por uma questão econômica, visto que, “50% dos municípios brasileiros não têm nem tratamento básico – que é a remoção de matéria orgânica e remoção de patogênicos. Por enquanto, tratar esse universo de hormônios e antibióticos está longe da nossa realidade”, explica. Para o professor, embora seja possível apresentar projetos para remoção de micropoluentes não se pode perder de vista o contexto econômico.

  

A pesquisa da professora Tatianne Ferreira de Oliveira procura a remoção de micropoluentes de rejeitos aquosos por meio de um tratamento oxidativo avançado. Apesar dos custos altos na remoção destes micropoluentes, ela acredita que o avanço das tecnologias nessa área pode contribuir para que esse processo seja barateado.

 

Cadeia de tratamento de rejeitos industriais 

 

Para ler o arquivo completo em PDF clique aqui

 

Fonte: Ascom UFG

Categorias: rejeitos industriais bacterias lipolíticas esgoto tratamento pesquisa