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Universidade Federal de Goiás

Projeto leva educação ambiental para comunidades rurais

Em 24/02/16 10:23. Atualizada em 10/03/16 09:57.

topo Jornal UFG 76

 

 

Projeto leva educação ambiental para comunidades rurais

Serviços ambientais e técnicas de produção sustentável são temas de material distribuído em escolas 

Texto: Anna Carolina Mendes | Fotos: Aliança da Terra

Aproximadamente 2.400 alunos receberam os dois livros do projeto

Aproximadamente 2.400 alunos receberam os dois livros do projeto

 

No Nordeste de Mato Grosso há uma região de municípios predominantemente rurais conhecida como Vale dos Esquecidos que abarca, entre outros, os municípios de Novo Santo Antônio, Serra Nova Dourada, Alto Boa Vista e Bom Jesus do Araguaia. O local é uma zona de fronteira agrícola e, por isso, a região sofre com conflitos de terra e falta de governança, com disputas agrárias e indígenas. Para auxiliar essa comunidade foi criado o projeto de extensão O Futuro de Nossas Florestas.

Coordenado pela Organização NãoGovernamental Aliança da Terra em parceria com o Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada a Educação da UFG (Cepae), o projeto elaborou materiais didáticos, como livros e vídeos, para educação ambiental de crianças dessas comunidades. O projeto também contou com a parceria da Fundação Monsanto, que disponibilizou os recursos necessários para a sua realização.

Para a professora do Cepae e coordenadora do projeto, Flávia Pereira Lima, a maioria dos programas educacionais realizados em comunidades agrícolas são pontuais e pouco expressivos. “Nós queríamos um projeto de duração razoável em que realmente conseguíssemos construir alguma coisa na comunidade”, afirmou. A proposta do projeto foi levar conhecimento científico sobre a conservação da natureza para estudantes do primeiro ao nono ano do ensino fundamental, sob um viés relativamente novo na Ecologia, surgido nos anos 70, o dos Serviços Ambientais. “Os Serviços Ambientais consistem naquilo que ganhamos da natureza sem ela cobrar nada em troca”, informou a coordenadora. Um exemplo é a polinização feita pelas abelhas e pássaros e, também, o controle biológico.


Ações

O primeiro passo foi entrar em contato com as prefeituras dos municípios para estabelecer uma parceria. Após a parceria, a equipe formada pela professora Flávia Lima, pelo ecólogo Eduardo Pacífico (doutorando no curso de Ciências Ambientais da UFG) e pela bióloga Elisa Pereira (doutoranda no curso de Ecologia e Evolução da UFG), ambos da Aliança da Terra, iam até as comunidades para informar as escolas sobre o projeto, que também contou com o apoio de Géssica Ferreira, graduanda em Ecologia e Análise Ambiental e bolsista do Programa de Bolsas de Extensão e Cultura (Probec) da UFG.

Uma ação importante realizada pela equipe foi a capacitação de 236 profissionais das escolas que, por meio de um curso puderam debater as melhores formas de levar o material didático para os alunos. “O livro do professor tinha propostas de como usar o material nas aulas, mas sempre ressaltávamos que os professores deveriam ir além, adaptando o conteúdo às suas realidades”, explicou Flávia Lima. Após o curso de formação dos professores, todos os alunos receberam dois livros contendo informações, por meio de textos ilustrados, sobre serviços ambientais, formas sustentáveis de cultivar a terra, manejo de culturas e boas práticas agrícolas. O material chegou às mãos de 2.400 alunos dos municípios inseridos no programa. A participação de todos os professores dos quatro municípios superou as expectativas da equipe e permitiu que atividades fossem realizadas em todas as turmas do ensino fundamental.

O diferencial do projeto educacional em relação aos outros é o monitoramento feito pela equipe. “Eu acredito que grande parte da efetividade e participação dos professores se deu pela nossa presença”, explica Flávia Lima. Os professores eram auxiliados nas atividades propostas para os alunos e um membro da equipe era responsável por acompanhar o processo. Ao final de seis meses, a equipe retornava ao município a fim de avaliar os resultados obtidos pelo projeto. A bióloga Elisa Pereira acredita que o passo mais importante é que a comunidade escolar continue realizando as ações de educação ambiental mesmo após o projeto finalizado. “O projeto deixa de ser nosso e passa a ser deles”, afirmou.
Prêmio

Na área de Humanidades, o projeto O Futuro de Nossas Florestas recebeu o Troféu von Martius de Sustentabilidade, da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha. Também ficou em segundo lugar na premiação do Congresso Ecogerma, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Quando recebemos o prêmio, voltamos para as cidades e passamos em todas as salas para mostrar o troféu, que passou de mão em mão”, contou Flávia Lima. Para Elisa Pereira, a maior conquista do projeto é ter um feedback positivo dos professores e alunos, revelando que toda a comunidade escolar entendeu e se interessou pelo programa.

 

 

Para ler o arquivo completo em PDF clique aqui

 

Fonte: Ascom UFG

Categorias: Extensão Cepae