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Universidade Federal de Goiás

EDITORIAL: Um direito a ser defendido no cotidiano

Em 26/04/16 16:43. Atualizada em 28/04/16 15:33.

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EDITORIAL:  Um direito a ser defendido no cotidiano

Texto: Michele Martins*

A autonomia nas universidades é uma prerrogativa inerente às esferas intelectual, política, administrativa, financeira, entre outras. Apesar de estar resguardada pela Constituição Federal, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e pelo Estatuto das Instituições de Ensino Superior, as universidades se encontram, frequentemente, em embates para garantir, na prática, o exercício deste direito. Um destes embates mais recentes ocorreu no mês de abril, quando órgãos e autarquias federais no Estado receberam do Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República em Goiás, uma notificação com recomendações para que não realize, utilize, nem permita, em suas dependências físicas, qualquer ato de natureza político-partidária, favorável ou contrário ao processo de impeachment.

A discussão deste fato não se restringiu à comunidade acadêmica e ganhou repercussão nacional específica. Entre os principais argumentos contrários à notificação, estão o do Conselho Universitário da UFG (Consuni), reforçando que “o cenário de instabilidade política requer que a Universidade se antecipe, dialogue, investigue e realize debates públicos em busca de respostas para os problemas sociais, evitando a construção de saber enviesado e distante da sociedade”. Outras entidades como a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), também se posicionaram defendendo que “a missão acadêmica da universidade, em todo o mundo, pressupõe liberdade de ensinar e de aprender, de pesquisar e de divulgar conhecimentos como instituição responsável por formação, pesquisa e inovação em permanente diálogo com a sociedade”.

Considerando a importância de repercutir o debate sobre a autonomia universitária, o Jornal UFG reproduz nesta edição um fragmento do Ciclo de Debates 2016, promovido pelas entidades representativas dos professores (Adufg), dos técnicos-administrativos (Sint-Ifesgo) e dos estudantes de pós-graduação (APG). Confira na entrevista com José Geraldo de Souza Júnior, ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB), como a questão da autonomia universitária é contextualizada historicamente e a sua crítica à situação das universidades frente à instabilidade política e às amarrações burocráticas em sua relação com o Estado.

Outros assuntos em destaque nesta edição são a inclusão, a pluralidade e a diversidade, que devem fazer parte do ambiente universitário. A partir de uma série de debates na comunidade acadêmica foi implementado na UFG, em 2009, o Programa UFGInclui. Ao longo dos anos, este programa contribuiu para que a política de inclusão e de ações afirmativas da Universidade fosse reconhecida como referência nacional. O programa UFGInclui ganhou fôlego com a adoção de estratégias de divulgação e sensibilização das comunidades e proporcionou o ingresso, em 2016, de 84 indígenas e quilombolas, mais que o dobro de 2015.

No mês em que estão sendo realizadas as colações de grau, trazemos também uma reportagem sobre as cerimônias, que agora garantem acessibilidade e protocolo especial para atender diferentes necessidades, como os estrangeiros e os com mobilidade reduzida. O Jornal UFG conversou com alguns desses estudantes que relatam o quão especial é concluir um curso após enfrentar todos os obstáculos impostos por uma deficiência ou por ter de deixar seu país. Até o fim de maio terão sido realizados 15 eventos em Goiânia, cinco em Catalão, cinco em Jataí e dois em Goiás.

Outro debate de grande interesse público é sobre os serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na mesa-redonda, especialistas reconhecem que existiram muitas conquistas nesses quase 30 anos, mas ainda identificam problemas e desafios para a manutenção do sistema. O SUS é hoje um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e abrange desde o atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, oferecendo acesso gratuito a toda a população do país. Contudo, o grande gargalo do sistema é o financiamento, considerado insuficiente, com o aporte de apenas 30% das necessidades para que se possa oferecer um serviço com a qualidade adequada.

Trazemos ainda como assunto o armazenamento de arquivos digitais. O professor do curso de Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Daniel Flores, que esteve na UFG, fala sobre a legislação e as alternativas para garantir a segurança e a transparência nesse processo. Mais uma vez, o Jornal UFG reafirma a sua missão de contribuir para ampliar o debate de temas importantes para a Universidade e para a sociedade. Boa leitura!

  

*Coordenadora de Imprensa da Ascom

 

Para ler o arquivo completo em PDF clique aqui

 

Categorias: universidade Edição 78