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Universidade Federal de Goiás
Painel Econômico

PAINEL ECONÔMICO

Em 31/08/21 12:36. Atualizada em 31/08/21 12:37.

O Censo é a principal base de informações que o país possui para planejar suas ações de curto e de longo prazo

Boletim de Conjuntura Econômica de Goiás – Nº 136, agosto de 2021

As novas Estimativas da População 2021, divulgadas neste mês pelo IBGE, sugerem que a população brasileira ultrapassou a casa dos 213 milhões, tendo como referência o dia 1° de julho deste ano. Os dados revelaram que 68% (3.770) dos 5.570 municípios do país possuem menos de 20 mil habitantes; mais da metade da população brasileira se concentram em 5,8% desses municípios; e que 21,9% dos habitantes do país residem em apenas 17 (0,30%) dos municípios que possuem população acima de 1 milhão. 

Guardadas as devidas proporções, este processo de concentração da população nos maiores centros urbanos se repete em Goiás. Por aqui, as estimativas indicam haver 7.206.589 habitantes em 2021, o que coloca o Estado na 11ª posição dentre as 27 Unidades da Federação do país, ultrapassando o Maranhão, que ocupava essa posição até o ano passado. A capital goiana, sozinha, possui 21,5% da população do Estado e, quando são somadas à sua população as dos outros 20 municípios que abrangem a sua região metropolitana, são 37,4% (2,7 milhões) dos residentes em Goiás. Do total dos 246 municípios goianos, 5,7% (14 que possuem mais de 100 mil habitantes) englobam 58,8% da população. Na outra ponta, o Estado possui 148 (60,16%) municípios com menos 10 mil habitantes e 96 (39,02%) com menos de 5 mil habitantes.

Muitos dos menores municípios de Goiás não possuem uma dinâmica econômica capaz de atrair pessoas de outras localidades ou sequer de reter seus jovens. Grande parte deles possuem na agropecuária e na administração pública a maior fatia da geração de seu Produto Interno Bruto (PIB), havendo grande dependência dos repasses dos Governos federal e estadual para manterem ativos os principais serviços que prestam aos seus munícipes. Já no caso dos maiores municípios, por vezes, se verifica o crescimento desordenado, problemas de infraestrutura, moradias em lugares e/ou condições inadequadas, transporte público insuficiente, aumento da violência e recrudescimento da desigualdade social.

Os dados populacionais disponibilizados pelo IBGE não apenas são fundamentais para o planejamento de políticas públicas, como são também a base por meio do qual são realizados os recursos do Fundo de Participação dos Municípios – FPM. Por demanda do Ministério da Saúde, esses dados também têm sido utilizados como parâmetro principal para a distribuição das vacinas da Covid-19 entre os Estados e municípios do país. Mas, a despeito de sua relevância, os resultados das Estimativas da População têm sido alvo de críticas, especialmente dos prefeitos de municípios menores, que alegam haver defasagem das informações. 

Por outro lado, é importante que se tenha em mente que, tal qual ocorre nos cálculos do PIB, da taxa de desemprego, da inflação e de outras das várias informações construídas e disponibilizadas pelo IBGE à sociedade, as Estimativas da População possuem metodologia e critérios que obedecem às melhores recomendações e práticas internacionais, sem as quais a população do Brasil não poderia ser comparada às de outros países. 

As Estimativas da População são realizadas pelo IBGE sempre nos anos não terminados em zero, tendo como insumo fundamental para sua calibração os dados dos últimos Censos Demográficos, que são realizados de dez em dez anos. Em 2020, a Instituição optou por adiar a realização do Censo Demográfico, em razão fundamentalmente da pandemia da Covid-19. Neste ano, o IBGE se organizou novamente para realizar o Censo, mas não houve disponibilização de dotação orçamentária suficiente para realização da operação.

O IBGE anunciou recentemente que está se planejando para colocar o novo Censo Demográfico em campo a partir de 1° de junho de 2022. Espera-se que isso de fato ocorra dessa vez. O Censo é a principal base de informações que o país possui para planejar suas ações de curto e de longo prazo. É também essencial se tenha boas estimativas populacionais para em anos não censitários.


Equipe Responsável: Prof. Edson Roberto Vieira e Prof. Antônio Marcos de Queiroz.

O Jornal UFG não endossa as opiniões dos artigos e colunas, de inteira responsabilidade de seus autores.

Fonte: Secom UFG

Categorias: colunistas FACE